sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A arte e algumas dicas

Acabei de comprar uma Fotobiografia do Fernando Pessoa. Além da maravilhosa produção, vale a pena se deliciar com a história e as fotos deste poeta português e seus pseudônimos/personalidades.

Como não existe acaso, abri numa página onde está escrito (de Fernando Pessoa):

"A arte é um esquivar-se a agir, ou a viver. A arte é a expressão intelectual da emoção, distinta da vida, que é a expressão volitiva da ação. O que não temos,ou não ousamos,ou não conseguimos,podemos possuí-lo em sonho, e é com esse sonho que fazemos arte. Outras vezes a emoção é a tal ponto forte que,embora reduzida a ação, a ação, a que se reduziu, não a satisfaz;com a emoção que sobra, que ficou inexpressa na vida, se forma a obra de arte. Assim, há dois tipos de artista: o que exprime o que não tem e o que exprime o que sobrou do que teve".

Acredito que todos somos artistas de um jeito ou de outro.Assumir isso é difícil pois resulta em falar das diversas emoções e as canalizações que fazemos delas. Como não usamos tanto a arte, nossas emoções ficam represadas e as maravilhosas obras que podemos fazer no mundo ficam recolhidas em nosso íntimo. Por que não nos tornamos mais artistas ?

Por falar em emoção, vi vários filmes neste período carnavalesco que me emocionaram :
"A invenção de Hugo Cabret" - uma homenagem ao cinema, "Histórias Cruzadas" - uma história bem contada e maravilhosamente interpretada e "A Dama de Ferro" - uma interpretação soberba da (já eterna) Meryl Streep sobre uma personagem marcante do século XX. Além de "O artista" - uma dose de coragem filmar em preto e branco e fazer um filme mudo (que ator carismático é o Jean Dujardin".

Bem, ficam as dicas e a pergunta!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Rodapouco em terras madrilhenhas

Como gosto de caminhar bastante em viagens, recebi o apelido de Rodapouco. Meus amigos dizem que não há distância para mim que seja longe o suficiente para ir de metrô. Acho um certo exagero mas reconheço que adoro passear pelas ruas de cidades que pouco conheço, admirar sua arquitetura, seus jardins e praças, os tipos humanos que passam ao meu lado.

Acabei de voltar de uma semana de férias em Madrid e, superando a eterna comparação com Barcelona - coisa de rivalidade Rio-São Paulo -, me deliciei com as várias andanças pelo seu centro e arredores.

Começando pelo apartamento, alugado com a Spain Select, numa região central da cidade mas super silencioso, bem decorado e aconchegante. Perto do Mercado San Miguel, uma excelente opção para comer tapas e tomar um bom vinho num ambiente com gente muito bonita.

Os museus - Prado, Thyssen e Sorolla - me alimentaram a alma com seus quadros bem expostos e seus espaços harmoniosos. Volto sempre com muitos cartões e livros.

Se você olhar para o alto, Madrid oferece uma arquitetura bem conservada, com estátuas em vários prédios e seus balcões com desenhos superelaborados. Se olhar para frente/baixo, temos as fontes e praças que parecem dar uma parada no desenho das ruas para que possamos respirar.

O profissionalismo do futebol é visto no Santiago Bernabéu, estádio do Real Madrid. Desde a infraestrutura até o término na loja, você vê os troféus,os jogadores, a história, o campo, os vestiários...Um grande barato!

Comemos várias tapas em tabernas e restaurantes,além da cidra(ou sidra em espanhol). Algumas dicas - Espaço Gastromaquia (Chueca), Mercado San Anton (outro em Chueca), a rua de Cuevas Bajas (perto da Plaza Mayor), as tabernas da Calle de Las Huertas....

Enfim, com uma trupe de respeito (Sandra,Vânia e Sílvio), Rodapouco e deliciou nas terras de Cervantes...



De ser ridículo

Janeiro é mês de férias escolares e de ficar alguns dias no Hotel Fazenda com a criançada. Neste ano repetimos o Mazzaroppi (Taubaté) pois a equipe de recreação é muito boa!  As crianças fazem muitas atividades, a comida é boa e, nós, crianças mais velhas, nos divertimos com piadas, jogos de mau-mau, entre outras coisas.

Todo final de manhã tínhamos hidroginástica com o "Tio Pão" e suas coreografias. De repente, me vi, com mais umas 30/40 pessoas, dançando o hit do Michel Teló (Ai, se eu te pego) com mãozinhas para cima e para baixo, reboladinhas, e com uma batida na água para comemorar o seu final. A cada vez, saía sorrindo da piscina e vendo a alegria de todos ali.De fora, parecia ridículo!

Mas como faz bem sermos ridículos! Aprisionados nas convenções sociais e comportamentos esperados, às vezes, deixamos de nos desafiar e aprender para ficarmos na zona de conforto.  Deixar a autocensura de lado, perguntar o que não sabemos, tentar coisas que nos são estranhas, se permitir ser criança no corpo e na cabeça de adulto.

Refresca, ilumina, oxigena, alimenta e nos enche de possibilidades de podermos ser mais e sermos nós! Encontrando-se com estes limites, percebemos quão frágeis eles o são e podemos definir quais são realmente os nossos...

O que é ser rídiculo para você? Há quanto tempo você não se permite ser ridículo? Tente !