quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Uma "máquina" não escreve "Ela"

Será que um dia substituiremos o calor do contato por uma inteligência artificial que nos faz rir, refletir e não nos julga ?


Temporada de prêmios nos EUA e uma série de filmes desembarcam no Brasil. Entre eles, "Ela" de Spike Jonze. Todos os filmes deste roteirista e diretor tem um altíssimo nível de criatividade nos roteiros e uma inventividade na realização que, às vezes, dificulta a própria universalização da obra. 

Neste filme, um sujeito recém-separado (aliás, muito bem interpretado por Joaquim Phoenix) compra um sistema operacional que pensa e dialoga com seu dono (também maravilhosa interpretação de Scarlet Johansson). Ao acompanhar a história, somos tanto inundados pela humor das situações quanto pela tristeza de imaginar o quanto já estamos próximos deste "futuro" descrito pelo filme. 

Falamos com nossos smartphones, tablets, laptops. Preferimos os jogos e as comunicações virtuais à possibilidade do confronto e do julgamento. Se tornou normal ver gente, nos meios de transporte, grudada em seus brinquedos, sem trocarmos um olhar que não seja de estranheza ou que nos sintamos ameaçados. Todo o aparato de segurança, com suas milhares de câmeras, nos coloca com um sorriso rígido (sim,estamos sendo filmados!) e com medo de estar fazendo alguma coisa que não esteja no padrão desejado. 

Mas, o sistema operacional do filme vai além! É sedutora, bem humorada, acompanha os sonhos do seu dono, propõe momentos de aventura e prazer, evolui, ama e  acaba sendo aceita na sociedade. Uau, a companhia perfeita! Não te critica, está à sua disposição 24 horas por dia, se preocupa com seu estado de humor, é culta e aprende rapidamente. 

Mas, no fundo, a solidão ainda continua no coração humano. E aí, não existe outra forma de curá-la que não seja o encontro com o outro. Afinal, para aqueles que, ainda não entraram 100% no automático (se tornaram inteligências artificiais?!), começam a retornar às origens, buscando momentos de contemplação na natureza e encontros com amigos e familiares. Que gostoso se emocionar com os outros, lidar as dificuldades das relações, crescer e evoluir juntos. Dá trabalho mas isso é ser humano!

Um bom filme,para mim, é assim! Que me faz divertir e que me toca nas questões mais essenciais. Onde percebo que, nem a maior inteligência artificial conseguiria escrever e dirigir algo tão humano e criativo. Não garanto que você vá gostar (gosto não se discute!!!) mas acho que vale a pena arriscar.  

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Somos arquitetos da vida social !

Tenho recebido várias perguntas sobre como se pode desenvolver as lideranças para que as mesmas inspirem as pessoas.  Todos estão preocupados com os resultados e atuando de um modo automático que só lembram de outras responsabilidades da liderança nos “incêndios” ou quando percebem que a moral da tropa está baixa.

Que espaço estamos criando nas organizações para que o empreendedorismo e a  genuína vontade de contribuir floresçam ? Como está a sua percepção do contexto organizacional e grupal da sua equipe? Se você só vê cinza, pode estar deprimido neste espaço. Se está tudo azul, será um momento de euforia?

Qual é a real responsabilidade do líder nos dias de hoje?  Perceber o entorno e as suas necessidades, atuando para responder adequadamente a cada uma delas.

O ser humano pode ser a imagem de Deus mas nossa criação se dá na esfera do social. Somos os criadores da sociedade , da vida em grupo e, sendo assim, do espaço organizacional.

O que faz um bom arquiteto ? Cria um espaço de convívio saudável para os indivíduos.  Um espaço que desenvolva e que responda às aspirações, sonhos e vontades. Apesar das limitações de recursos – que sempre existem -, procura-se a criatividade como saída para driblar estas carências. Quem não se maravilha com os espaços descobertos pelos arquitetos, os usos múltiplos de objetos e móveis ?

Agora, vamos olhar para as organizações e a sua liderança! O quanto investimos em escutar os sinais visíveis e invisíveis dos vários “clientes” que temos ? Vamos fazendo as coisas o mais rápido possível e procurando ganhar o mais possível.

Goethe em 1825, já dizia que “Riqueza e velocidade são os objetos de desejo da sociedade. Quando só nos  educamos para isso, nos tornamos medíocres”. Há quase duzentos anos, os sinais de uma sociedade que só valoriza riqueza e velocidade já eram percebidos.

Poucos deram passos para ampliar esta visão e atuaram para elevar-se a ela. Os que fizeram tornaram-se lideres inspiradores.  Um dos caminhos para esta elevação está no autodesenvolvimento que contemple perguntas genuínas, experiências verdadeiras, a confiança em si, nos outros, no futuro e no mundo além do material, o mundo espiritual.

A integração destas correntes permite com que a liderança trabalhe com imagens, inspire com as palavras e aja com intuição e em conexão com o que o mundo lhe pede.

Não é fácil mas recompensador! Os resultados vem a medida que a coragem nos empurra a sair da zona de conforto e do papel de vítima e nos leva à tensão que gera o frio na barriga. Frio do “sim” que dizemos ao casar – sair do presente com todas as suas respostas sabidas em direção a um futuro com perguntas desafiadoras.


Estar e manter-se vivo é estar no limiar da nossa zona de conforto! Convido-os a viver, a serem líderes de si e criarem esta nova sociedade no nível que você assim almejar!