domingo, 20 de maio de 2012

A arte de reconhecer

Uma das coisas mais iluminadas da vida é percebermos as pessoas se desenvolvendo e alcançando os seus sonhos. Para quem tem filhos, isso é claro! Qual pai ou mãe não se emociona ao ver seus rebentos numa jogo de futebol ou numa apresentação de balé ? Para que conter as lágrimas ? Elas lavam a nossa alma e deixam mais claro o que realmente admiramos.

Vivemos em constantes comparações e cobranças - de nós mesmos e do mundo - e esquecemos do quão importante é reconhecer a nossa própria luz e, muito mais, demonstrar o reconhecimento pelas atitudes e feitos dos outros.

Nesta semana, tive momentos de superação e de pura alegria interior por outras pessoas superarem seus desafios.

O meu momento foi o de demonstrar a um cliente a minha capacidade de me adequar às suas necessidades e cultura sem deixar de ser eu. Após um workshop realizado há 3 anos atrás, a empresa ainda guardava uma imagem ruim a cerca da minha condução. Fui chamado por um colega que,reconhecendo minhas qualidades, bancou a minha presença num novo trabalho. Entrei um pouco nervoso mas logo percebi que bastava traduzir a minha essência em formas mais adequadas a quem estava assistindo ao treinamento. Sem pensar muito mas, com a meta do servir bem, consegui me perceber atendendo aos anseios e ser reconhecido como sereno e com experiência. Cheguei ao final dos 4 dias com uma tranquilidade de ter feito bem e o bem.

Uma outra situação foi o excelente "debut" de Sílvio Urbano como chef num restaurante. Além da comida gostosa e do ambiente amigo e acolhedor no Gioconda Café (centro do Rio de Janeiro), pude me alegrar com o amor e a dedicação colocadas por ele na difícil tarefa de cozinhar para um grupo grande de pessoas. Era uma primeira vez e,claro, o nervosismo tomava conta do seu semblante. Mas, com o carinho e o reforço positivo de quem o cercava, deu tudo certo! Seu rosto iluminado e o reflexo disso nos convidados da noite me encheu do bom orgulho e da certeza que o retorno de muitos de nossos atos vem por caminhos maravilhosos e dirigidos por outros.

Não precisamos ser mesquinhos e nem medrosos de reconhecer os outros. Não somos mais humildes ou menores ao fazer isso. Ao contrário, é como se nossa própria luz, nosso Eu Superior, se irmanassem à luz da outra pessoa, fazendo com que também nos reconheçamos na nossa beleza,bondade e verdade.