sábado, 24 de setembro de 2011

Encantado Cordel

Que sou noveleiro confesso, muitos já sabem. Desde criança, trafego pelo universo fantasioso das novelas, admirando a inventividade de alguns autores e a tradução para a tela que diretores e atores fazem. Há tempos algo não mexia com a minha emoção como Cordel Encantado. O universo de contos de fadas, misturado com cangaço e pitadas de críticas sociais e políticas atuais, resgatou pedaços da minha infância e adolescência, quando viajava nas histórias contadas e lidas. A beleza de algumas cenas, como a "morte da princesa" em que as carpideiras rezavam e o povo chorava em torno de uma cama rodeada por flores e coberta por um tecido de filó, me lembrou a Bela Adormecida. As poções da Duquesa foram extraídas da Branca de Neve e a dança do rei com a cozinheira, uma valsa da diversidade. Sem contar a trilha sonora que me fez comprá-la, coisa que eu não fazia desde pequeno. Os resultados do Ibope só denotam o quanto precisamos desta fantasia, de entrar neste universo escondido no fundo de nossos corações. E, no final, duas imagens me cutucaram: o bem, que parecia ter vencido o mal, precisa estar de prontidão para outras formas de mal, e que toda história é parte da nossa própria história. Criar e encantar são dois lados da mesma moeda e Cordel foi um tesouro destas moedas. Foi muito bom chegar em casa e levar parte deste tesouro!

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