Desde que saí da outra consultoria na qual trabalhava (14 anos atrás) , me coloquei uma meta que toda sexta-feira à tarde, seria dedicada a encontrar amigos e ter tempo livre. Consegui esta proeza por dois meses mas, uma vez em frente ao espelho numa destas sextas-feiras, me peguei falando : "Como você é vagabundo! Todos trabalhando e você indo almoçar com amigos".
Não demorou muito e já tinha abandonado a decisão. Antes, porém, conversei com minha terapeuta sobre a felicidade do momento e a angústia por sobrar tempo.Ela me respondeu, com sabedoria : "Que bom você ter tempo para ficar com você mesmo". Uau! Isso era assustador!
Achei que já havia superado esta culpa pois acabei criando espaços na agenda para curtir o que gosto e até ficar sozinho. Mas não é que,no sábado passado, após terminar um trabalho de 2 horas num hotel maravilhoso na Praia do Forte, fiquei em um longo processo anímico (cronologicamente foi rápido,uns 15 min) para decidir se eu tinha direito a ir a praia e beber uma caipirinha,enquanto o grupo continuava a trabalhar. Acabei,colocando a sunga e tomando um pouco de sol e percebi que, sempre, a única censura é nossa.
Como é ir ao cinema no meio da tarde num dia útil ? Ter um almoço muito demorado ? Ler um livro na praia numa manhã "normal"? Mesmo de férias, às vezes, nos repetimos na nossa rotina, nos entupindo de atividades e voltamos mais cansados.
A promessa de uma tecnologia que daria mais lazer não vingou e a única coisa que nos libera é a firme consciência de que precisamos de um tempo para nós mesmos, para nos reconectarmos com a nossa essência,com o melhor de nós. No tempo e espaço que for necessário. Sem culpa!
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